quarta-feira, 23 de junho de 2010

Polícia comunitária sai do papel


 Diário da Manhã | 01 de Março de 2009 | Edição nº 7784

Marcos Coelho - Da Editoria de Cidades

Polícia comunitária sai do papel

Novas diretrizes começam, nesta semana, a ser implantadas na área administrativa e operacional da Polícia Militar do Estado de Goiás. A informação é do comandante-geral da corporação, coronel Carlos Antônio Elias. Entre as primeiras medidas que já entram em vigor, está o projeto Polícia Comunitária. O comandante afirma que o programa sai do papel e passa a ser executado de forma efetiva em Goiânia e no Estado. O intuito é garantir um policiamento menos militar e mais cidadão.

Elias informa que a PM precisa estar mais próxima da comunidade e entender a realidade de cada cidade e setor. A determinação é de que todos os oficiais de cada comando sejam responsáveis pela implantação do programa na região em que trabalha. Para garantir a aproximação, os policiais deverão fazer visitas domiciliares e solidárias diariamente, conversar sempre com os comerciantes e manter uma relação de cidadania com a população. “Quero uma polícia menos bélica e mais cidadã.”

O programa Polícia Comunitária existe em Goiás há sete anos. Para o comandante, até hoje, essa ideia estava muito vaga, e, por isso, haverá esta mudança radical na implantação do projeto para que saia do papel e atenda principalmente os interesses da comunidade. Ele explica que é mais um passo que a PM dá para garantir o conforto da sociedade. Cita a Operação Legalidade, que teve aprovação popular e reduziu o número de assassinatos no Estado. “Estamos apostando na interação com a sociedade”, afirma.

MUDANÇA
Outra mudança que acontece na postura da PM está relacionada à produção dos policiais e ao direcionamento do trabalho preventivo. O comandante informa que está sendo implantado o programa Diário da Viatura, que irá direcionar os trabalhos dos policiais que estiverem de plantão.

Ao iniciar o serviço, os soldados de uma guarnição terão que cumprir uma meta de atividades pré-determinadas pelo superior. Entre as determinações, estarão a quantidade e os locais que devem ser visitados e quantas pessoas devem ser abordadas. “Não basta ser apenas espantalho. A polícia tem que mostrar serviço diário e ser proativa.” Além do boletim de ocorrência, os soldados deverão entregar, no final da jornada, um relatório de produção, que deve constar os locais visitados e os quilômetros rodados pela viatura.

O comandante Elias diz que deve ser implantado um sistema informatizado em cada viatura, com laptop, para informação dos dados de ocorrências e trabalhos em tempo real. “Antes a única obrigação, depois do trabalho, era entregar a viatura limpa. Nós queremos saber, de perto, o que os policiais estão produzindo. Será um grande avanço para a polícia goiana.”

Com os relatórios, será possível saber onde está concentrada a criminalidade. Destaca que, no final de cada mês e ano, será possível dizer quais foram os passos da polícia e avaliar onde estão os problemas. Outras medidas operacionais e administrativas devem ser anunciadas nesta semana. O coronel Sérgio Katayama, chefe de Comunicação da PM, destaca que o comando-geral aposta no policiamento comunitário como estratégia para atender as necessidades de todos os cidadãos. E a setorização da polícia deve ser a primeira medida na efetivação do programa.

Melhor forma de segurança

O secretário estadual de Segurança Pública, Ernesto Roller, pontua que o policiamento comunitário é a melhor forma de garantir a segurança na sociedade atual. Ele destaca que segurança não se faz só com armas e policiais, mas também com uma interação com o cidadão. “A sociedade precisa participar do processo.”

Roller afirma que a Campanha da Fraternidade, lançada pela Igreja Católica, que tem a segurança pública como tema, veio em ótimo momento para ampliar a discussão com o segmento religioso. “É uma campanha excepcional. Veio em boa hora e fortalece a ideia entre cidadão e segurança.” O secretário afirma que a segurança em Goiás está em um bom momento. A criminalidade foi reduzida após a Operação Legalidade e outras ações. Assegura que os policiais continuarão fazendo o trabalho preventivo.

Fonte: http://coronelantonio.com.br/2009/03/01/policia-comunitaria-sai-do-papel.htm

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